terça-feira, 21 de agosto de 2012

Diário de Anne Frank

Boa Tarde Amigos!

Hoje venho indicar um livro emocionante, confesso que li-o inteiro de coração partido, "O Diário de Anne Frank" .



Quem mais, além de mim, vai ler estas cartas? Com quem mais, além de mim, posso procurar conforto? Estou sempre precisando de consolo, costumo me sentir fraca, e com frequência deixo de atender às minhas expectativas. Sei disso, e todos os dias resolvo ser melhor.” (p. 152) - Um dos trechos que mais me chamaram atenção no livro.


Poucos temas foram tão explorados em livros e filmes quanto o holocausto cometido pela ditadura alemã de Adolf Hitler contra os judeus, na década de 1940. Ao mesmo tempo, poucas das obras originadas por este acontecimento histórico possuem o impacto emocional de “O Diário de Anne Frank”, livro escrito pela jovem Anne Frank pelo período (12 de junho de 1942 a 01 de agosto de 1944) em que ela passou confinada com o seu pai, sua mãe, sua irmã e mais 4 outros judeus num anexo localizado no sótão de uma residência em Amsterdã (Holanda). O livro acaba funcionando como um importante registro histórico dos efeitos que a II Guerra Mundial, bem como a perseguição feita por Hitler aos judeus, causaram na rotina, na moral e no lado psicológico dessas pessoas.


Quando entrou no anexo, Anne Frank tinha 13 anos. Por isso mesmo, a primeira parte do seu relato tem muita ingenuidade, especialmente em se tratando do fato que levou Anne e sua família a ficarem escondidos. Eram tempos difíceis, tempos de guerra, dias imprevisíveis, um futuro incerto e o mundo de Anne, nesse período, era alheio a isso, embora fosse uma consequência direta desse fato. Talvez, por isso mesmo, boa parte das primeiras cartas que Anne escrevia ao seu diário eram uma tentativa de mostrar a rotina do anexo, de retratar as atividades que eles faziam para tentar fazer o tempo passar mais rápido, para que eles pudessem chegar um pouco mais perto daquilo que eles acreditavam que fosse ser o fim dos dias deles ali.
Entretanto, na medida em que o livro vai avançando, “O Diário de Anne Frank” tem uma mudança de foco muito forte e que nos faz de testemunhas diretas, como leitores, do processo de amadurecimento pessoal e emocional de Anne. Por isso mesmo, o livro, que tem a visão narrativa predominante de Anne, alterna disposições de ânimo bem variadas. Em certos momentos, a narradora está à beira de uma depressão, em outros ela está revoltada com a impotência diante da situação que vive, em outros ela está esperançosa e otimista diante do futuro e em outros ela faz uma reflexão muito importante não só em relação à situação política que a levou ali, como também sobre o relacionamento delicado que ela tinha com os próprios pais e sobre a forma madura como ela lidou também com a descoberta do amor e da sua sexualidade.
Os oito moradores do anexo foram presos na manhã de 4 de agosto de 1944, provavelmente, por causa da delação de alguém. Chega a ser até curioso que as últimas cartas de Anne ao seu diário revelam que a narradora estava fazendo uma espécie de auto análise muito grande sobre si mesma, sobre a vida no anexo e sobre como a rotina diária ali ocasionou transformações profundas não só nela, como também nos outros sete habitantes do anexo. É como se ela, ao falar sobre a necessidade de reflexão sobre o seu próprio comportamento e de descobrir os benefícios de uma consciência tranquila, estivesse, ela própria, se preparando para o (ou prevendo o seu) fim.
Em muitos momentos de “O Diário de Anne Frank”, a autora demonstra uma certa preocupação com o fato de que ela acreditava que as pessoas nunca iriam se interessar pelo que uma jovem de 13 anos (quando foi presa, Anne tinha 15 anos) escrevia. Em outros instantes de seu diário, Anne divide conosco a vontade que ela tinha de mudar o mundo, de ser útil e de poder continuar vivendo após a morte. Anne tinha um dom: o de utilizar as palavras para escrever todos os seus pensamentos e sentimentos. Ao fazer isso, acabou escrevendo um livro que chega a ser um verdadeiro testemunho não de sofrimento, mas, de uma certa maneira, de conforto e de ajuda. Anne, provavelmente, não sabia a força que tinha e nem imaginava que seu livro teria o mesmo apelo quase 60 anos após ser lançado. “O Diário de Anne Frank” é um exemplo de resiliência e de perseverança em meio ao pior momento da vida de uma pessoa. Anne Frank faleceu aos 15 anos, no campo de concentração de Bergen-Belsen, provavelmente de tifo. A missão dela foi cumprida: ela mudou pra melhor e inspirou, com certeza, as pessoas que leram o seu relato a fazerem o mesmo.


Pessoal recomendo demais essa obra, é um livro, que em minha humilde opinião, ninguém deveria deixar de ler.

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